Dia 18 de maio, no Dia Estadual da Defesa Civil, a Defesa Civil de Santa
Catarina faz 38 anos que foi instituída, em 1973, pelo ex-governador
Collombo Machado Salles. Um marco dessas quase quatro décadas de
atividades, é a criação da Secretaria de Estado de Defesa Civil neste ano,
que traz junto, o principal desafio de investir em uma cultura de
prevenção de desastres, de fazer com que a defesa civil exerça seu mais
importante papel, voltado à prevenção. Com o objetivo de atuar na
prevenção e não apenas ser acionada e lembrada no caso de um desastre, é
que o Governo do Estado propôs na sua reforma administrativa, a
transformação do departamento em secretaria.
Para o secretário da Defesa Civil, Geraldo Althoff, o estado de Santa
Catarina, com a criação da secretaria, "assume a necessidade de uma
mudança cultural para minimizar os riscos de desastres na proteção da
população catarinense". Segundo especialistas, enchentes, vendavais,
deslizamentos entre outros eventos sempre existiram e continuarão
acontecendo, com maior intensidade, devido às mudanças climáticas.
"Fortalecer as estruturas do sistema a nível municipal e regional, e
potencializar as ações em âmbito estadual é o principal projeto com foco
na prevenção", destacou Althoff.
Nova estrutura
A estrutura da nova Secretaria da Defesa Civil conta com um secretário e
um secretário-adjunto e está estruturada, além do gabinete e
administração, em diretoria de prevenção e diretoria de resposta aos
desastres. Profissionais como assessor jurídico, assessores técnicos,
gerente de monitoramente e alertas, de planejamento, de tecnologia da
informação, de pesquisa e projetos foram inseridos na nova estrutura. As
duas diretorias, de prevenção e resposta aos desastres, cada uma conta com
três gerências.
Histórico dos principais desastres em SC:
1974 – Enchente Tubarão: o desastre mais trágico ocorreu em 1974, quando o
nível do Rio Tubarão, no sul catarinense, subiu mais de 10 metros e
inundou o município, resultando em 199 pessoas mortas e 65 mil
desabrigadas/desalojadas.
1983 - Enchente Vale do Itajaí: em julho de 1983, cinco dias de chuvas
intensas fizeram o ria Itajaí-Açu subir mais de 15 metros, inundando 90
municípios, entre eles Blumenau, Itajaí e Rio do Sul. Ao todo foram 49
mortes e aproximadamente 198 mil desabrigados.
1984 - Enchente Vale do Itajaí: o rio Itajaí-Açu novamente inundou as
cidades do Vale do Itajaí. Foram 150 mil desalojados, 70 mil desabrigados,
o que representou, na época, em média 40% da população de Blumenau,
Brusque, Gaspar e São João Baptista. As enchentes de 1984 fizeram 16
vítimas fatais.
1997 – Inundações e Deslizamentos: o El Ninõ voltou a agir em 1997 e
causou inundações de grandes nos meses de janeiro e outubro. Nas enchentes
de janeiro, 35 municípios foram afetados, 14.267 pessoas ficaram
desabrigadas e 7 morreram. Em outubro as cheias inundaram 37 cidades,
deixando 8.777 desabrigados e 2 mortes.
2004 – Furacão Catarina: o Furacão Catarina atingiu o litoral e o sul com
ventos de até 150 Km/h. Ao menos 40 municípios foram atingidos, 35.873
casas foram danificadas e 993 destruídas. Quatro pessoas morreram, pelo
menos 518 ficaram feridas e 33 mil pessoas ficaram desabrigadas.
2004 – Apagão Ilha de Santa Catarina: em outubro de 2004, a ilha de Santa
Catarina foi atingida por um desastre tecnológico, causado por um incêndio
na ponte Colombo Salles (ponte que liga a Ilha ao continente), que
provocou o rompimento de um cabo de transmissão de energia elétrica em uma
de suas galerias. Mais de 300 mil pessoas ficaram às escuras.
2008 – Estiagem: foram registrados 67 municípios em Situação de Emergência
por estiagem, o fenômeno durou mais de 40 dias, atingindo a região oeste e
resultou em sérios prejuízos para a lavoura.
Desastre 2008: Com uma das primaveras mais chuvosas das últimas décadas,
mais de três meses seguidos de chuva intensa, o ano de 2008 registrou o
pior desastre da história de Santa Catarina. Em apenas cinco dias de
chuva, no município de Blumenau, caiu água suficiente para abastecer a
cidade de São Paulo durante três meses (300 bilhões de litros de água). O
desastre resultou em mais de 80 mil pessoas desalojadas e desabrigadas,
com 63 municípios em Situação de Emergência, 14 em Estado de Calamidade
Pública e 135 mortes.
2009 – Tornado Guaraciaba: em setembro ocorreram fortes temporais com
granizo e ventos de mais de 100 km/h em vários municípios do Oeste ao
norte do Estado. No município de Guaraciaba (Oeste) o forte temporal durou
aproximadamente 1h30, deixando 310 desabrigados, 852 desalojados, 209
edificações destruídas ou danificadas e 4 mortos.
2011 – Fortes chuvas (Deslizamentos): as fortes chuvas nos meses de
janeiro e fevereiro, deixaram 20.970 pessoas desabrigados/desalojados e 6
mortes. O município de Mirim Doce foi o mais atingido.
