terça-feira, 18 de maio de 2010

AMEAÇA NUCLEAR: FRACASSO BRASILEIRO

”AMEAÇA NUCLEAR: FRACASSO BRASILEIRO”

 

Cesar Techio - Economista – Advogado

                                                                                      cesartechio@gmail.com

 

 Enquanto o mundo acusa o Irã de desenvolver um programa nuclear com fins militares e ouve estarrecido o presidente Mahmoud Ahmadinejad ameaçar de extermínio o povo judeu, a diplomacia brasileira, perfilada com figuras latino americanas pouco afeiçoadas a democracia (Castro de Cuba, Evo da Bolívia, Chávez da Venezuela, Lugo do Paraguai; ex-presidente Zelaya de Honduras), se afasta cada vez mais da comunidade internacional.  Apesar do Pentágono não descartar a opção por uma ação militar como forma de barrar o programa nuclear iraniano e evitar o início de uma guerra atômica no oriente médio, o ministro de Relações Exteriores do Brasil Celso Amorim declarou em solo iraniano: "Defendemos para o povo iraniano o mesmo que para o povo brasileiro, ou seja, o direito a desenvolver atividades nucleares pacíficas".  Incompreensivelmente a diplomacia brasileira não percebe que o presidente do Irã, sob o manto de um regime fundamentalista, possui comprovadamente uma psique nazista, na medida em que insiste em proferir ameaças de morte contra o povo judeu. No dia nacional das forças armadas do Irã, 18/04/2010, voltou a afirmar irado que "todos os países da região querem que Israel desapareça do mapa”.

 

Não é por nada, que a secretária de Estado americana, Hillary Clinton afirmou sobre o encontro de Lula com o presidente russo Dmitri Medvedev que “o intercâmbio entre Lula e Medvedev ilustrou a montanha que os brasileiros estão tentando subir". Mesmo diante da recusa iraniana em discutir a questão com a comunidade internacional, Lula afirmou ter 99% de chances de convencer o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad a aceitar o diálogo. Essa afirmação é estranhíssima, pois, se para a comunidade internacional dialogar com a república islâmica é o mesmo que dialogar com uma porta, que poder especial ou que charme raro e irresistível tem a diplomacia brasileira que o resto do mundo não possui, para ser 99% respeitada pelo fundamentalismo iraniano? A leitura que se faz de uma amizade tão estreita de Lula com Ahmadinejad (que lhe permitiu antecipadamente ter 99% de certeza de que convenceria o regime iraniano a um acordo) é a mesma a que nos obrigamos a fazer sobre o alinhamento do Brasil com as figuras nefandas acima alinhavadas. Nenhum acordo isolado entre países substitui um acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).  Prova de que Lula foi enganado veio imediatamente logo após o “acordo”. Ali Akbar Salehi, diretor da Organização de Energia Atômica do Irã deixou claro que o país não pretende abandonar suas atividades de enriquecimento de urânio: "Não há relação entre o acordo de intercâmbio e as nossas atividades de enriquecimento", (fonte: Reuters). Ou seja, o Irã continuará a impedir investigações em suas usinas nucleares, desafiando a ONU e a comunidade internacional.

 

Além deste vexame, é preciso questionar: Afinal, quais as vantagens democráticas que conquistaremos com a aproximação de governos antidemocráticos que não aceitam regras do direito internacional? Querem ver mais uma? No dia 16/05/2010, Chávez expropriou cinco grandes metalúrgicas da Venezuela, a Matesi e outras quatro de capital japonês, mexicano, europeu e australiano. Fazendo pouco caso do desespero dos empresários que investiram no seu país, afirmou: "Eles dizem que vão nos processar não sei onde, se na corte celestial”. O termo “os brasileiros”, utilizado por Hillary Clinton têm origem numa equívocada abstração filosófica de contexto roussoniano, na medida em que não considera que a aproximação de Lula com ditaduras temerárias é ato unilateral, de responsabilidade individual do presidente e de sua diplomacia, não compartilhado com o espírito democrático e civilizado da sociedade brasileira. Pensamento da semana: “O desejo dos justos é somente o bem; porém a expectativa dos ímpios é a ira.” Prov. 11,23.

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