quinta-feira, 7 de abril de 2011

JORNALISTA CRIA A BÍBLIA DO FLAMENGO

 

Autor de mais de quinze livros sobre futebol, entre eles as Bíblias do Real Madri, Benfica,  FC Porto e Seleção Brasileira, Luís Miguel Pereira é um premiado jornalista esportivo em Portugal. Atualmente, chefe de reportagem da SportTV e diretor da SportTV3, o autor conta que sempre acompanhou com fascínio a seleção brasileira e o Flamengo  -  “Eu tenho uma paixão pelo Flamengo desde os tempos do Zico. Portugal não estava presente com grande frequência em copas do mundo, por isso a seleção dos portugueses era o Brasil. Tratava-se de um tempo em que não havia internet nem a velocidade vertiginosa que corre hoje a informação. O máximo que tínhamos era alguns jornais e revistas internacionais que nos chegavam com algumas semanas de atraso. Recordo-me de uma revista francesa – ‘Onze’ - que tinha ótimas fotografias de todas as seleções e clube do mundo. Eu recortava as fotos e forrava os meus cadernos e livros escolares com esse material.  Assim fui descobrindo o Flamengo... quase sempre ‘pela mão’ do Zico.

 

A “Bíblia do Flamengo” conta a história do clube de uma forma diferente e estimulante como nunca feito antes. O livro surpreende a cada texto, a cada página e proporciona ao leitor uma descoberta constante de fatos novos.  No prefácio da obra, o craque Zico frisa que o livro o ajudou a entender a própria carreira e que inúmeros trechos aguçaram sua memória – “Na leitura fácil das fichas e curiosidades sobre ex-companheiros, notei o quanto será saboroso compartilhar as histórias vividas com meus netos. E, ao folhear passando mais velozmente as páginas, meu dedo parou por acidente no texto que lembrava a artilharia da Libertadores de 1981. Curioso porque aquela competição foi especial. Marquei 11 gols, dois deles no jogo contra Cobreloa, na final. Gols comemorados como se eu vingasse nosso time, que jogava bola diante de uma equipe que baseava sua estratégia na violência” - Diz o craque.

 

Zico também conta que ao receber o convite do jornalista português para prefaciar a obra, ficou receoso com o fato dela trazer como referência o livro sagrado dos cristãos, mas que após folhear atentamente a obra percebeu que o autor, em nenhum momento, tentou se valer de algum aspecto desrespeitoso – “A citação ao livro sagrado proposta por Luís Miguel Pereira – já usada para o Sporting Benfica e Seleção Brasileira – é adequada exatamente pela variedade de informações que ele conseguiu reunir num só almanaque.”

Em suas 205 páginas, a Bíblia do Flamengo trás tabelas como “Hat-tricks de Zico”; “Renúncias presidenciais”; “Técnicos estrangeiros com mais jogos”; “Técnicos de sempre”; “Todos os títulos”; “Rubro-negros famosos” e a bem-humorada “Zoológico F.C.” com nomes de jogadores ou apelidos de animais que já vestiram a camisa do Flamengo.

Algumas passagens do livro também merecem destaque como a do lendário goleiro da União Soviética, Yashin, que treinou no Mengo – único a receber a Bola de Ouro como melhor jogador da Europa -  “O antigo goleiro do Vasco da Gama, Valdir Appel, conta que em um amistoso entre o Vasco e o Dínamo de Moscou, realizado em Caracas, se dirigiu a Yashin para lhe oferecer uma flâmula vascaína. O soviético sorriu e confessou, em bom português: ‘Obrigado. Gosto muito do futebol brasileiro e do Vasco, mas torço pelo Flamengo. Boa sorte’.”  

 

Outra passagem interessante fala do primeiro gol coreografado - “O nome dele era Caio, artilheiro rubro-negro dos anos 70 e 80. Caio já levava 39 jogos a serviço do Flamengo e 12 gols marcados. Até aquele 3 de dezembro de 1972, Caio comemorava os gols sempre da mesma forma: salto seguido de soco no ar ou estendido no gramado debaixo de uma pilha de companheiros. Mas naquele dia, na goleada frente ao Fluminense (5 x 2) pelo Carioca, Caio resolveu comemorar cada um dos três gols marcados dando cambalhotas consecutivas. A ideia foi uma verdadeira revolução na época e abriu caminho para as coreografias que passaram a ser moda no futebol brasileiro. A partir desse momento, o artilheiro ficou conhecido para sempre como Caio Cambalhota.”

São inúmeras as histórias e curiosidades sobre o  Flamengo, vistas por ângulos nunca explorados. Ricamente ilustrado, a cada capítulo o livro trás frases de nomes importantes da história do clube e também de torcedores ilustres como Manuel José – Ex técnico do Benfica - “Há no mundo, cinco ou seis clubes míticos: Barcelona, Benfica, Milan, Boca Juniors e o Flamengo”.

 

Sobre o autor:

Luis Miguel Pereira tem 42 anos e vive em Lisboa, em Portugal. É jornalista esportivo há 20 anos, chefe de reportagem da SportTv e diretor da SporTV3.

Autor de mais de quinze obras sobre futebol entre elas: Mário Jardel – Os meus segredos;

Dicionário do Futebol; Bloco notas de Laszlo Boloni; A arte de Simão Sabrosa; A luz não se apaga; Estórias D’Alvalade; Simão Sabrosa – O filme de um sonho; Bíblia do Benfica; Bíblia do Sporting; Bíblia do FC Porto; Biografia de Saviola, Bíblia da Seleção Espanhola; Bíblia da Seleção Brasileira, Bíblia do Real Madrid entre outros.

 

 

Bíblia do Flamengo

Editora: Almedina

Autor: Luís Miguel Pereira

Pág: 205

Preço: R$ 35,00

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